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O tesouro encontrado nas escavações do Porto do Rio


fonte: http://oglobo.globo.com/rio/o-tesouro-encontrado-nas-escavacoes-do-porto-do-rio-5104975

Transformada num grande canteiro de obras, a Zona Portuária do Rio se tornou um valioso campo de arqueologia urbana. Desde janeiro de 2011, pelo menos quatro equipes de especialistas vêm percorrendo cerca de 5 milhões de metros quadrados, num trabalho de garimpagem que precede as construções do projeto Porto Maravilha, de revitalização e remodelação. Até agora foram recolhidos — ou apenas registrados — pedaços de cerâmica, cachimbo, ossos de animais, moedas, pulseiras, colares, resquícios de muralhas e outros vestígios que revelam um pouco da história da ocupação da cidade nos séculos XVIII e XIX. Só de canhões, já foram contabilizados sete. Uma lista que, segundo o último levantamento, totaliza 80 mil peças, somente na área que está sendo pesquisada pela equipe do Consórcio Porto Novo, responsável pelas escavações na maior parte da região.



Os últimos achados foram dois canhões, resgatados do subsolo da Praça Mauá e da altura da Avenida Primeiro de Março, na semana retrasada. Artilharia, que, pelos cálculos dos arqueólogos, parece datar dos séculos XVIII e XIX, e mede entre 2 e 4 metros.


Lá também foram descobertas, em abril, três âncoras medindo entre 3,5 metros e 4,35 metros que estavam no subsolo da região e, de acordo com as primeiras avaliações, datam da mesma época dos canhões.



Naquelas áreas também foi desenterrada, no dia 4 de maio, a pedra fundamental das Docas Dom Pedro II, lavrada em 15 de setembro de 1871 pelo engenheiro André Rebouças. As âncoras, os canhões e três balas de canhão, foram os objetos mais significativos recolhidos até o momento, na avaliação de Erika Gonzales.

O material, que está sendo classificado e pesquisado no Laboratório de Antropologia Biológica da Uerj, traz objetos que impressionam pelo bom estado de conservação, como um conjunto de três tinteiros ingleses de cerâmica, retirados intactos, durante escavações nos arredores da Praça Mauá. Num poço situado perto de um antigo arsenal da Marinha, as equipes se depararam com uma garrafa em perfeito estado, que acreditam ser do século XVIII. O acervo inclui, ainda, faianças inglesas do século XIX, cabos de colher, restos de sola de sapato de couro e pedaços de dentes de cavalos. Na Praça Mauá, foram prospectados principalmente peças do século XIX. Já na Primeiro de Março, alguns objetos do final do século XVIII. Nas proximidades da Avenida Primeiro de Março, esquina com a rua Visconde de Inhaúma, surgiu uma muralha de 50 metros de extensão, pertencente a uma artilharia da Marinha. Um outro pedaço de muralha foi desvendado mês passado. Segundo a prefeitura, até agora as escavações não provocaram atrasos nas obras do Porto Maravilha.

Os arqueólogos da Concessionária Porto Novo estão catalogando as peças e vão lançar em breve um museu virtual, onde o internauta poderá ver fotos e vídeos, além de um arqueoparque, que vai reproduzir em 3D alguns dos prédios e ruas dos séculos XVIII e XIX.

4 comentários:

  1. Muito interessante. Essas escavações nas cidades são sempre fascinantes.

    Abraços alfacinhas

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    1. Também acho! Até por isso cheguei a cursar como ouvinte 1 ano e meio do curso de mestrado no Museu Nacional / UFRJ (que ainda por cima tem o charme de funcionar no antigo Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista!)
      abraços

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  2. Também acho este tipo de post muito interessante! Sempre tive um grande fascínio por estes tesouros soterrados ou submersos, talvez por logo na primeira infância ter começado a ouvir falar de escavações na vizinha Conímbriga romana...
    Aqueles cacos ingleses da primeira foto enchem o olho!!! E os tais tinteiros intactos, igualmente ingleses? Gostava de ver!
    Mas se fossem portugueses também era muito bom, ou melhor ainda... :)
    Um abraço

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    1. Também gostaria de ver os tais tinteiros! Quem sabe se realmente expuserem futuramente os achados, como prometem... E devem ser ingleses mesmo. A Inglaterra tinha Portugal na mão, especialmente depois que foram os responsáveis por trasladar a corte para o Brasil, e com isso, o Brasil foi literalmente INUNDADO de todo tipo de produto industrial inglês, inclusives artigos absolutamente desnecessários por aqui, como artigos de vestuário para inverno rigoroso, e até itens para se proteger de neve!
      bjos

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