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Cerâmica europeia antiga em Manaus

Por conta de uma consultoria que prestei ao Laboratório de Arqueologia da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, eu tive a oportunidade de me deslocar para o norte do país, e conhecer um pouco a cidade de Manaus.

Um pouco de história

Para quem não sabe, Manaus, bem como Porto Velho e Belém, tiveram um enorme desenvolvimento econômico a partir das últimas décadas do século XIX, por conta do que ficou conhecido como "ciclo da borracha".

azulejos antigos na Igreja de São Francisco e no Convento de Santo Antônio (João Pessoa - Paraíba)

Estes dias um amigo natural da Paraíba me enviou algumas fotos dos retábulos da Igreja de São Francisco em sua cidade natal, junto com uma bela fotos de azulejos azul e amarelo da mesma igreja. Os azulejos são tão bonitos, e, que resolvi compartilhar aqui no blog, junto com algumas outras fotos que busquei via Google Images.



Um pouco de história, roubada ao Wikipedia:

O Centro Cultural de São Francisco está localizado na cidade de João Pessoa no estado da Paraíba, no bairro do Varadouro. Foi criado em 1979, após um período de restauração, e aberto ao público em 6 de março de 1990 já como Centro Cultural de São Francisco.



É formado pela Igreja de São Francisco e pelo Convento de Santo Antônio. O conjunto arquitetônico de estilo barroco do século XVII é um dos mais ricos e conservados monumentos da arte barroca brasileira. A obra teve sua construção iniciada em 1589, quatro anos após a ocupação da região pelos portugueses, e foi concluída no ano de 1591 pelo Guardião Frei Antônio do Campo Maior.

O início da construção do convento se deu com a chegada dos Franciscanos,que inicialmente construíram no local um simples convento de taipa com 12 celas e um claustro. Em 1602, esse convento foi destruído para dar lugar a uma nova construção em pedra calcária.Cerca de 1865 o convento era um colégio de padres, e de 1990 até hoje é um museu.

Atualmente o claustro, é a parte mais antiga da igreja,onde os azulejos das paredes laterais são do século XVII, e retratam a historia de José do Egipto. As pinturas no teto do claustro retratam São Francisco. O púlpito, é o mais valioso do Brasil; não pela quantidade de ouro, mas sim pela quantidade de detalhes talhados.



A construção da capela dourada começou no final do século XVII. A maior parte dos recursos para ser construída a capela dourada veio da burguesia, e, em troca todos os que pagaram seriam enterrados perto do altar(naquela época se acreditava que quanto mais perto do altar se fosse enterrado, mais perto de Deus você ficaria).Na capela dourada há três altares, dois secundários e um principal, tendo o principal a imagem de santo Antônio.No teto há varias placas brancas e entre elas cachos de abacaxis.As placas brancas eram destinadas a pinturas, mas como faltou recursos deixaram-nas brancas.Em 1804 o altar principal da capela dourada foi demolido por conta dos cupins.







E para terminar, só de brinde, foto de detalhe da fachada de um casarão de João Pessoa, tão parecido com vários casarões que acabei de ver em Manaus, só que aqui revestido com azulejos do Porto (Portugal).



Tesouros arqueológicos escondidos nos subterrâneos de Manaus

fonte: http://acritica.uol.com.br/manaus/Manaus-Amazonas-Amazonia_0_605339665.html
por Cassandra Castro, em 15 de Dezembro de 2011

Tesouros escondidos debaixo de calçadas, avenidas, construções...Muitos que andam por Manaus sequer imaginam a riqueza que está escondida nos seus subterrâneos. Um pouco da Manaus colonial e até pré colonial está sendo resgatado pelo esforço e dedicação de profissionais que escolheram desvendar este complexo entrelaçado de épocas, costumes e artefatos. Um dos locais onde podemos encontrar um pouco deste universo de descobertas arqueológicas é o laboratório Alfredo Mendonça de Souza que funciona dentro do complexo de museus situado no Palacete Provincial, centro de Manaus.

Quando lá chegamos, somos cativados pela curiosidade das peças que vemos: filtros de cerâmica de grés intactos; garrafas de cerveja, de refrigerantes, de remédios, esculturas, pedaços de louças... A maioria destas preciosidades foi achada em locais distintos do centro de Manaus. Destes lugares são retiradas toneladas de material, resquícios de povos que viveram aqui bem antes de nós e que deixaram impregnadas nos locais por onde passaram , as marcas deste pedaço da nossa história. A turismóloga Socorro Paiva mostra parte de um acervo baseado nas 3 toneladas de material arqueológico retirado durante as obras de restauração da Catedral Metropolitana de Manaus,em 2002. A maioria do material ainda não foi analisada e está guardada em engradados, com os objetos cuidadosamente embalados .


Fragmentos pequenos que, juntos, revelam beleza de prato encontrado
durante escavações na área da catedral (foto: Cassandra Castro)
Uma mostra do que foi encontrado pode ser vista no laboratório. Socorro explica que o trabalho feito pela equipe de profissionais que trabalha aqui é demorado e delicado “ O visitante que chega aqui pode ver as principais etapas do fazer arqueológico e mergulhar um pouco no fascinante mundo que é buscar conhecer os nossos antepassados”, conta.

Podemos ver garrafas de louça importadas de Portugal, Dinamarca e Inglaterra, todas para acondicionar cerveja e que surgem aos milhares sempre que são realizadas obras que implicam sempre em mexer com solo e escavações no centro de Manaus. Exemplos não faltam e parte deles está ao alcance de quem visitar a exposição montada dentro do laboratório de arqueologia do Palacete Provincial. Muitas peças chamam a atenção pela beleza e diversidade. Locais como as esquinas da avenida Eduardo Ribeiro com Quintino Bocaiúva, Getúlio Vargas com rua Lauro Cavalcante, ruas José Paranaguá, Marcílio Dias, Costa Azevedo, Lobo D’Almada, todas no centro de Manaus, são exemplos de locais de onde muito materialarqueológico foi recolhido. Boa parte deles é levada por trabalhadores da construção civil ou até donos das propriedades que passam por obras e que acharam algo diferente. Por desconhecimento, alguns só entregam ao laboratório peças inteiras, mas muitas vezes, até objetos que estejam quebrados podem ter valor para estudo.

Atualmente, a equipe está no processo de levantamento dos fragmentos e peças de louças encontrados nos diversos locais que apresentaram registros de artefatos arqueológicos na cidade. O laboratório acaba funcionando como uma forma de sensibilizar a sociedade para a importância de resgate destas peças que fazem parte de um grande quebra-cabeças da história de Manaus. O laboratório é aberto à visitação, de terça a sexta, das 8h às 17h e fica localizado no Palacete Provincial , na praça Heliodoro Balbi, também conhecida como praça da Polícia, no centro da cidade. A entrada é franca.

O 'novo' museu do Alentejo

fonte: http://visao.sapo.pt/o-novo-museu-do-alentejo=f668579


Seis anos depois do seu encerramento e após obras de qualificação e beneficiação, o Museu Municipal de Portalegre abriu portas no Dia da Cidade (23 de maio).

Instalado numa casa nobre do século XVI, junto à Sé Catedral, e com uma área superior a 4 mil metros quadrados, o seu espólio é proveniente, na sua quase totalidade, dos antigos Conventos portalegrenses de Santa Clara e São Bernardo e de doações de particulares.

Das coleções expostas, a mais significativa é a de Arte Sacra, que inclui peças em terracota e marfim. Também importante é a coleção de faiança portuguesa (século XVII ao século XX), onde se destacam as peças de louça azul e branca utilizadas para ornamentação no Oriente e os pratos ratinhos, expressão usada para designar as gentes que se deslocavam das Beiras para o Alentejo na época das ceifas.

O mobiliário, estilo D. João V e D. José, e as coleções temáticas uma de Santo António com mais de 700 peças e outra de caixas de rapé em prata e outros materiais, completam a parte expositiva do museu, que conta ainda com uma loja e cafetaria.

Para melhor compreender a riqueza deste espólio, o agora designado Espaço Cultural Museu Municipal de Portalegre tem visitas guiadas individuais e em grupo, e um serviço de educação destinado às visitas de grupos escolares.

ESPAÇO CULTURAL MUSEU MUNICIPAL DE PORTALEGRE
R. José Maria da Rosa, Portalegre
Ter-Dom 9h30-13h, 14h30-18h.
€2,10

Mapa da Floresta da Tijuca em Painel de Azulejos


Este paínel de azulejos, em estilo de azulejaria portuguesa, que se encontra na Floresta da Tijuca (Rio deJaneiro, RJ), orientando os visitantes desde os idos de 1946, foi confeccionado por uma empresa especializada em cerâmica artística (Cerâmica Brasileira Pró-Artística Bordalo Pinheiro), sob encomenda de Raymundo Ottoni de Castro Maya quando este foi administrador do parque entre os anos de 1943 e 1946.

Autoria e créditos ressaltados no painel

No canto inferior direito do Painel, na moldura, vemos a autoria do trabalho, onde consta a emrpesa que produziu sob o nome de "Cerâmica Brasileira Pró Arte Bordalo Pinheiro", do Rio de Janeiro. Contém também a assinatura do provável artista responsável pelas ilustrações, assinado com a letra "R" e sobrenome "Silva".



No canto inferior esquerdo do painel, podemos ver o título e as referências do mapa, escritas dentro de uma ilustração neo-colonial com os seguintes escritos por ondem e aparição, de cima para baixo:
P.D.F. (Nota: Sigla da antiga Prefeitura do Distrito Federal)
Floresta da Tijuca
Roteiro e sítios pitorescos da Floresta
Obras de remodelação feitas pela Prefeitura do Distrito Federal nas administrações: Henrique Dodsworth e Hidelbrando Goes
Execução e Direção de Raymundo de Castro Maya
1943-1946

Quem já viu este post anterior sobre o Museu do Açude, uma das casas deixadas por Raimundo Castro Maya para abrigar uma de suas coleções de arte, não poderá deixar de notar também seu gosto por cerâmica artística e painéis de azulejos.

Refletindo seu gosto aliado à capacidade de criar recantos agradáveis em cenários naturais, Castro Maya deixou na Praça da Cascatinha Taunay sua marca: painéis de azulejos. Não somente neste local, mas por outros pontos da floresta, existem bancos, chafarizes e marcos, onde algumas informações foram escritas sobre painéis de azulejos. Em diversos locais, azulejos são usados também como elemento de revestimento e decoração.

Abaixo do painel das fotos acima, há uma fonte que derrama água no que parece ser uma antiga banheira de mármore de carrara, tida como obra do do século XIX, lavrada com motivos florais e efígie de sátiros.

Existe outra fonte no pátio inferior da Cascatinha, com frontíspício em azulejaria portuguesa, tendo à sua frente outra banheira de mármore de carrara, também com motivos florais e bica onde vertia água em forma de golfinho, feito em louça, em tom azul.


Supõem-se que esta banheira, bem como algumas outras peças do gênero que se encontram no parque, possa ser proveniente de antigas construções, demolidas para abrir passagem para a construção da ampla Av. Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. Em suas memórias sobre sua administração do parque da Floresta da Tijuca, Castro Maya cita que adquiriu material de valor artístico proveniente de edificações demolidas para a construção da Av. Presidente Vargas, e utilizou algumas peças inclusive na resconstrução da antiga residência do Barão de Escragnolle, atual restaurante "Os Esquilos" (também na Floresta da Tijuca). 





cerâmica portuguesa (e holandesa) do Museu do Açude

Encravada na Floresta da Tijuca, próximo ao Alto da Boa Vista, encontra-se uma jóia para quem admira cultura e natureza, e especialmente a arte da azulejaria.

Localizado numa área de 151.132m² na Floresta da Tijuca, o Museu do Açude tem como proposta relacionar o patrimônio cultural ao natural. A propriedade se destaca por suas formas e pelos vastos jardins, de inspiração portuguesa, em forma de diversos terraços ligados por escadarias. O acervo reúne uma das mais importantes coleções de mobiliário brasileiro dos séculos XVIII e XIX, assim como azulejaria e cerâmicas do Porto.

A CASA


O Museu do Açude funciona na antiga casa de inverno do industrial e mecenas Raymundo Castro Maya (1894-1968). Trata-se de uma construção neoclássica que foi reformada por seu proprietário em neocolonial, na década de 1920. Após ter herdado de seu pai a propriedade do Açude, Castro Maya acrescentou arcadas e criou beirais com telhas de louça policromada portuguesa. 

Raymundo Castro Maya
Nela você verá antigas dependências, como a sala de jantar (com uma mesa ricamente decorada), a cozinha (com panelas, louças e utensílios da época) e um pequeno banheiro, com pia, vaso e bidê originais. Também verá a sala da lareira, onde Castro Maya reunia seus convidados no passado. O mais curioso é que a casa não foi feita para morar: ela possui várias salas e apenas dois quartos de dormir, localizados no segundo andar.



No lado externo há um espelho d´água, de frente para o pavilhão onde encontram-se azulejos neoclássicos. Toda a casa é ornada por beirais de telha de louça.












COLEÇÃO DE ARTE ORIENTAL, ARTES APLICADAS E LOUÇA DO PORTO

A coleção de arte oriental reunida por Castro Maya, anteriormente exposta em ambos os museus e agora ambientada no Museu do Açude, possui exemplares raros de escultura chinesa, indiana e indochinesa, bem como de porcelanas de procedências diversas.

As artes aplicadas estão igualmente representadas por expressivo conjunto de mobiliário luso-brasileiro, prataria de origem brasileira, portuguesa, inglesa e francesa e por cristais franceses.

Também chamam a atenção peças de cerâmica conhecida como louça do Porto, um tipo de faiança ornamental, fabricada a partir do século XIX nos centros cerâmicos portugueses do Porto e de Vila Nova de Gaia. Assim podemos apreciar vasos, estátuas, pinhas, globos e leões.
















COLEÇÃO DE AZULEJARIA

O Museu do Açude oferece também uma das mais ricas coleções de painéis de azulejos portugueses no Brasil. São mais de vinte painéis decorados por azulejos portugueses barrocos, rococós e neoclássicos, trazidos de Lisboa, Maranhão e Salvador.

Os azulejos se espalham por toda a casa, podendo ser encontrados não só no interior da residência, mas nas varandas, nas fontes, nos bancos do jardim, nas mesas e até na antiga piscina. A importância da coleção de azulejos se dá por sua variedade estilística e pela representatividade da origem das peças, que são oriundas de palácios europeus, como o da Quinta Real da Praia, onde morou D.João V.

Os painéis neoclássicos vieram diretamente de São Luís do Maranhão e ganharam um pavilhão especialmente construído para abrigá-los. Já os azulejos rococós vieram de Portugal e são inspirados na série ‘Festas Galantes’, do pintor Watteau. Alguns dos móveis da casa foram retirados para dar mais visibilidade aos painéis de azulejos.
































obs: segundo fui informado pela professora Dora Monteiro e Silva de Alcântara, grande conhecedora da azulejaria europeia, em uma aula no próprio Museu do Açude, há vários azulejos lá, em particular figuras avulsas e alguns de padrão, que na verdade são  holandeses, e não portugueses.

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