Um outro documento importantíssimo para o pesquisador sério de porcelana e faiança, que infelizmente é raríssimo aqui no Brasil, são os livros de registro de padrões decorativos.
Em países estrangeiros, onde o cuidado com a preservação da história é uma prática mais comum, é comum encontrar verdadeiras bibliotecas de livros com o registro de padrões decorativos.
página de livro de padrões da fábrica Derby, de 1780 a 1810
Uma maravilhosa e rara excessão são 35 cartelas da Porcellana Mauá, usadas pelo setor de decoração desta fábrica como orientação para os artistas, que fazem parte do acervo do Museu Barão de Mauá, da cidade de Mauá, SP. Estas cartelas foram doadas em 2002 pela família Kojima, da Kojima Porcelanas.
cartela com testes de decoração da Porcellana Mauá
Infelizmente, parece que nem mesmo o cuidado de registrar suas decorações no Instituto Nacional de Propriedade Industrial nossas fábricas tiveram, pois já pesquisei 3 décadas de registros, e não passam de 5 os padrões decorativos que pude recuperar.
padrão "Hortência", registrado pela Adelinas em 1939
Mesmo as fábricas ainda em funcionamento pouco guardaram de sua história. A Porcelana Schmidt, por exemplo, possui apenas as referências decorativas da década de 1980 até os dias de hoje.
Enquanto isso, uma fábrica como a Spode, na Inglaterra, possui os livros dos seus padrões decorativos desde 1794, quando a prática do registro em livros foi introduzida nesta fábrica.
padrões decorativos de 1853, fábrica Spode
A biblioteca da Spode contém mais de 70.000 padrões registrados. Mas o acervo desta fábrica não é apenas de livros com padrões decorativos. Eles possuem também nada menos do que 25.000 placas de cobre (usadas na impressão dos transfers) e moldes originais de suas peças.